

I have reasons enough to believe in fate
Eu tenho razões suficientes para acreditar que o destino permeia a vida de todos e tenho a impressão de que todos sabem disso também em algum nível.
Lá está a Roda da Fortuna, identificada em várias culturas e interpretada em vários mitos, nos quais a Roda é controlada por uma mente superior, por fiandeiras ou por deuses. Mas no geral, entende-se que a Roda da Vida é uma vontade desconhecida do Universo na busca por equilibrio, para que os eventos, que já não são por acaso, possam ser dirigidos em uma realidade na qual cada um faz o seu papel.
A discussão do "Destino" é complicada no meio filosófico e principalmente no meio acadêmico, que é demasiado racional para acreditar que realmente exista um fluxo de acontecimentos pré-determinados na existência e todos pendem muito para a discussão do livre arbítrio. Ao meu ver, a existência do destino não anula o livre arbítrio, já que somos pequenas partes de um Todo Universal e, levando em conta que determinadas coisas precisam acontecer, é nossa função escolher, de livre e espontânea vontade, como iremos executar o papel que nos cabe nessa Ordem.
De fato, a maioria dos seres humanos ainda estão tentando responder a pergunta de quem eles realmente são, e por isso o Destino se trata também da alquimia da alma, ou seja, a transformação ou maturação do que o ser é. O próprio autoconhecimento.
O destino é uma necessidade cega, quase sempre desconhecida, que domina o indivíduo, levando-o a se estabelecer em um papel adequado para ele no universo em que vive. É como se fosse a adaptação perfeita de cada um ao seu devido lugar ou à sua função no mundo, compreendendo que cada ser é feito para fazer aquilo que faz.
Cumprir o destino está quase diretamente ligado ao autoconhecimento. Ao fazer a alquimia interna, é possível realizar a alquimia externa e acompanhar o fluxo criativo do universo. O que isso quer dizer, em essência, é "conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses."
E todo dia eu compreendo mais sobre o que é o Destino, embora eu tenha tentado racionalizar apenas uma única vez, há alguns meses, ainda com o encanto de alguém que teve uma epifania que explicava vários acontecimentos da sua vida. Agora sinto que é tão óbvio e que só olhei para algo que sempre esteve ali. Ao compartilhar esse assunto com meus irmãos da Arte, me senti tola por chegar a essa conclusão tão tarde, mas talvez eu não tenha sabido transmitir o que isso significava pra mim de verdade naquele dia.
Quando reconheci que certas coisas na minha vida estavam esperando que eu me trabalhasse para que pudesse assumi-las, tudo pareceu muito mais importante. E o conhecimento desse Destino me trouxe a vontade de trabalhar nessas coisas com prazer, já que se tudo que vivi convergiu para esse momento, significa que é exatamente esse o papel mais adequado pra mim. Ter o conhecimento teórico e usá-lo para explicar o que é o Destino na verdade pode não ser o suficiente para a compreensão real desse conceito, já que talvez ele só venha a ser entendido por meio da mudança de percepção. Já viu aquela frase "aceite o seu destino" ou "embrace your destiny"? então, simplesmente eu o compreendo e o aceito, só isso muda todo o curso da minha vida. Como posso não ficar feliz com isso mesmo que ainda haja dores e tristezas no meu caminho? Também faz parte aceitar que nem tudo é luz. Meu pai espiritual diz que eu tenho que dar o melhor em tudo que eu faço e então, como eu poderia, depois de entender meu destino e abraça-lo, não me empolgar diante de tal função?
Sinto de verdade não ter tido a capacidade de demonstrar o que eu estava sentindo aos meus irmãos naquele dia. Ainda arranquei uma pequena gargalhada dos mesmos quando disse que o Destino era dos mesmos produtores do "nada acontece por acaso". Mas esse é um assunto que não os empolga mais e, tudo bem. Não espero estar empolgada com algo tão simples ou óbvio daqui alguns anos. Não há como olhar para uma mesma coisa ainda com a inocência de uma criança quando você se acostuma com essa verdade. Mas espero também nunca esquecer de onde vim e pra onde eu vou, mesmo que o futuro seja uma icógnita.
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